É importante que toda movimentação de seus recursos financeiros, incluindo todas as receitas (rendas), todas as despesas (gastos) e todos os investimentos, esteja anotada e organizada. É esta a função do orçamento doméstico.
Planejá-lo é uma atitude muito importante. É necessário definir prioridades, estabelecer metas e fazer escolhas. É uma ação que pode envolver toda a família. Aprender a controlar receitas e despesas ajuda a construir as bases para uma vida financeira saudável, com bem-estar e equilíbrio. Sem planejamento, você e sua família podem enfrentar muitos problemas. Isso não significa que você vai se tornar um “controlador dos desejos” de todos. Esse processo pode ocorrer de modo tranquilo, com objetivos definidos, metas e diálogo bem aberto.
Para começar a organizar suas finanças pessoais você precisa obter respostas para três perguntas:
E, claro, é importante que o orçamento seja ajustado para que “sobre” dinheiro a cada mês. Somente assim você conseguirá formar uma poupança para eventuais emergências e investir de modo a ter recursos suficientes para realizar sonhos e preparar sua aposentadoria.
Em geral, as pessoas naturalmente têm uma boa noção de onde vêm as suas receitas, pois esperam recebê-las pelo trabalho realizado, como resultado de rendimentos de algum investimento (aluguéis, aplicações financeiras etc.) ou por benefícios recebidos.
Por outro lado, pesquisas indicam que grande parte das pessoas não sabe como gasta o seu dinheiro ou o quanto é gasto em cada grupo de despesas, como alimentação, moradia, educação, saúde, lazer, dívidas e juros, viagens e realização de sonhos ou outros gastos e investimentos.
E você? Sabe quanto gasta e como gasta seu dinheiro todo mês? Você tem ideia de como suas despesas se comportaram no ano? Você sabe quais itens consomem a maior parte de sua renda? Quanto você já pagou de juros neste ano? Você planeja seus gastos? Sua poupança? Seus investimentos? Quando planeja, você cumpre o planejamento?
O orçamento oferece uma oportunidade para você avaliar sua vida financeira e definir prioridades que impactam sua vida pessoal.
Para isso, você precisará estimar as receitas e as despesas do período. Você pode utilizar sua rotina passada, listando as receitas e as despesas passadas e usando-as como base para prever as receitas e as despesas futuras. Lembre-se dos compromissos sazonais, como matrículas escolares, IPTU, IPVA, outros impostos e seguros, material escolar, bem como dos compromissos já assumidos, como financiamentos imobiliários, prestações de crediários, faturas de cartões de crédito etc. O uso do dinheiro muitas vezes envolve também sua família mais próxima. Caso essa seja sua realidade, converse com eles e trace planos em comum, de modo a todos estarem compromissados com o que for definido no planejamento orçamentário.
Para facilitar, você pode utilizar uma planilha de controle, como a planilha de orçamento pessoal disponibilizada pela Fundação Promon.
De forma geral, as despesas podem ser classificadas como:
Para que você as entenda melhor, tente agrupá-las conforme alguma característica similar. Por exemplo: despesa com alimentação, com habitação, com transporte, com lazer etc. Essa não é a única forma de agrupar as despesas, você pode utilizar outras formas que sejam mais adequadas à sua realidade. O agrupamento facilita a verificação da parcela do salário ou da renda que é gasta em cada grupo de itens, além de auxiliar com os ajustes ou cortes que eventualmente sejam necessários.
Após ter registrado todas as suas receitas e despesas, você vai poder refletir como suas finanças se comportaram ao longo do mês e poderá irá agir, corretiva e preventivamente, para que seu salário e sua renda proporcionem o máximo de benefícios, conforto e qualidade de vida para você.
Saiba distinguir necessidade de desejo. Pode-se definir necessidade como tudo aquilo de que precisamos, independentemente de nossos anseios. São coisas absolutamente indispensáveis para nossa vida, como alimentação, habitação, transporte etc. Por sua vez, os desejos podem ser definidos como tudo aquilo que queremos ter ou usufruir, sendo essas coisas necessárias ou não. Assim, alimentação é uma necessidade; fazer sua alimentação em um restaurante de luxo é um desejo. Você está satisfazendo sua necessidade de alimento, mas a forma como almejou satisfazer tal necessidade foi um desejo.
Nossos recursos financeiros devem satisfazer nossas necessidades, e, na medida do possível, atender alguns dos nossos desejos. Os desejos não são ruins. Eles nos dão prazer e determinam aquilo que queremos para o nosso futuro. O problema surge quando confundimos desejos e necessidades, dificultando a manutenção de uma boa saúde financeira e levando a um processo de endividamento excessivo.
Sua meta deve ser manter um orçamento superavitário, ou seja, com as despesas sensivelmente inferiores às receitas, de forma a poder investir a sobra de seus recursos e formar um patrimônio para permitir seus planos futuros. É um compromisso com você mesmo.
O crédito é uma fonte adicional de recursos que não são seus, mas obtidos de terceiros (bancos, financeiras, a Fundação Promon e outros), que possibilita a antecipação do consumo para a aquisição de bens ou contratação de serviços, o atendimento de emergências e imprevistos ou o aproveitamento de boas oportunidades. Ele traz consigo, entretanto, o pagamento de juros, o risco de endividamento excessivo e a consequente limitação do consumo futuro. Pode ser vantajoso ou problemático.
Você precisa entender, assim, as vantagens, desvantagens e o custo de cada modalidade de crédito, já que ele pode se apresentar de várias formas, como, por exemplo: limite do cheque especial, cartão de crédito, empréstimos, financiamentos imobiliários ou de veículos, compras a prazo etc.
É muito importante para sua vida financeira saber escolher a modalidade de crédito mais adequada para cada situação. Com a devida compreensão dos custos envolvidos em cada operação, é mais fácil o uso do crédito de forma consciente.
Você precisará refletir sobre a relação entre pagamentos a vista e a prazo. Esses últimos, mesmo quando não apresentados de modo explícito, embutem o pagamento de juros. De uma forma simplificada, os juros são como um valor pago pelo “aluguel” do dinheiro de terceiros no tempo, uma vez que estamos usufruindo de um produto ou serviço, pago com dinheiro que não temos. Pensando na visão de quem recebe os juros, eles correspondem à remuneração pela cessão temporária de recursos financeiros próprios a terceiros.
Perceba também que os juros cobrados são diferentes para cada modalidade de crédito.
É natural que você faça dívidas durante sua vida. E não há mal nisso, desde que seu futuro não seja comprometido. Algumas dívidas podem até ser consideradas investimentos, como o financiamento de um curso ou de seu imóvel. O problema acontece quando as dívidas saem do controle e começam a impactar sua qualidade de vida no presente e no futuro.
Quando se fala em administrar as dívidas, muitas vezes não há como fugir de alguns sacrifícios:
Saiba o tamanho do problema. Para isso, liste todas as dívidas, com o dia de vencimento, valor devido, valor da parcela, número de parcelas a vencer e a taxa de juros.
Substitua as dívidas caras por outro tipo de empréstimo com taxas mais baixas. Este é um princípio que você deve sempre seguir. Especialmente problemáticas são as dívidas provenientes do crédito rotativo dos cartões de crédito e por utilização contínua do limite do cheque especial. Tenha disciplina no uso do cartão de crédito.
nalise quais gastos podem ser cortados ou reduzidos. Lembre-se, não há como eliminar as dívidas sem cortar despesas e abrir mão de algumas coisas. Estamos falando em frear os gastos, o que muitas vezes implica em dar um passo para trás no padrão de consumo.
Saber para onde está indo o dinheiro é algo que irá lhe permitir administrar melhor seus gastos e possibilitará que você comece ou aumente sua poupança e seus investimentos. Você começará a fazer o dinheiro trabalhar para você.