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As 4 maneiras de educar financeiramente os seus filhos

Educação
Autor(es):
Thiago Godoy
Tempo de leitura:
5 min.
Uma pessoa usando um tablet. Na tela está o logo da Fundação Promon.

Desde os nossos primeiros meses de vida, absorvemos informações como esponjas. Capturamos, com os nossos cinco sentidos, todas as experiências que nos são apresentadas.

E com dinheiro não é diferente. As crianças passam por um processo chamado de “socialização econômica”, quando, logo nos primeiros anos de vida começam a formar crenças e significados sobre o dinheiro.

Mesmo que os pais nunca falem desse assunto, elas certamente vão capturar os comportamentos, a organização (ou a falta dela), as crenças e a forma como as pessoas que estão mais próximas lidam com seus recursos financeiros.

Você já parou para pensar sobre todas as mensagens que uma criança recebe diariamente que são relacionadas ao dinheiro?

O modelo financeiro dos pais, incluindo suas crenças e comportamentos, as propagandas na tv e na internet, a pressão por “ter coisas” na escola, o constante apelo da sociedade para gastar e tantas outras abordagens.

Portanto, educar financeiramente uma criança é trabalhar constantemente para moldar nela comportamentos positivos em torno do dinheiro. E esses comportamentos são construídos principalmente por meio de habilidades socioemocionais. É mostrar o verdadeiro valor das coisas.

E como fazemos isso? Conheça 4 formas de abordar dinheiro com seus filhos:

1. Fale sobre dinheiro

É meio óbvio, mas precisa ser feito de forma leve e gradual. Se você quer que as crianças aprendam a poupar e usar os recursos de forma consciente, esse assunto deve fazer parte da rotina da família. A criança precisa entender que o dinheiro é resultado do trabalho e que exige dedicação. Ninguém “ganha” dinheiro, ele precisa ser conquistado.

2. Mostrar a diferença entre desejos e necessidades

Um dos primeiros passos para ensinar às crianças a importância de usar o dinheiro com consciência é mostrar a diferença entre desejos e necessidades. Explique que as necessidades incluem o básico, como comida e moradia, e os desejos são todos os extras. Você pode usar seu próprio orçamento como exemplo para ilustrar como os desejos devem ficar em segundo plano.

3. Use a “semanada” ou “mesada” como ferramenta educacional

Sempre recebo muitas perguntas sobre esse assunto. Quando dar semanada e quando dar mesada? Qual o valor que devo estabelecer? Devo remunerar a criança quando ela se comporta bem?

Respondendo de forma simples:

Quanto mais jovem, menor a capacidade de enxergar no longo prazo. A semanada funciona melhor para uma criança de até 8 anos. A partir daí, a mesada já pode ser implementada.

O valor não pode ser alto. Uma criança de até 8 anos não precisa lidar com mais do que 20 ou 30 reais por semana, por exemplo. Isso já é suficiente para que ela possa aprender a usar o dinheiro.

Com o passar do tempo, as prioridades vão mudando e, se a renda dos pais permite, uma criança de 12 anos já pode receber uma mesada com um valor mais alto, mas sempre com cuidado. Não é saudável disponibilizar uma grande quantidade de dinheiro para uma criança.

Mais importante do que o valor é estabelecer metas para que ela aprenda a poupar. Apenas firmar um valor financeiro não vai funcionar. É preciso que a criança enxergue as vantagens de poupar. Se ela quer um brinquedo novo, por exemplo, mostre que poupando “X” toda semana ela pode conquistar o que quer.

Faça o plano com ela e comemore os objetivos alcançados a cada semana. Deixar de usar o dinheiro hoje para um benefício futuro é um grande desafio para adultos, imagina para uma criança?

Sobre remunerar por comportamento ou tarefas, acho um terreno complicado. A criança precisa fazer o que é certo pelo simples fato de ser o certo. Arrumar seu quarto, fazer as tarefas da escola ou deixar de brigar com o irmão não podem ser coisas “remuneráveis”.

4. Crie um espaço para poupar

Assim que a criança tiver suas metas para poupar, é essencial que ela tenha um lugar para guardar seu dinheiro.

Para as crianças mais novas, até 10 anos, o cofrinho funciona muito bem. Se forem um pouco mais velhas, vale abrir sua própria conta em uma instituição financeira. A criança consegue acompanhar seu progresso e aprender a investir, sempre com a orientação de um adulto, é claro.

E não adianta tentar pular etapas. Até o amadurecimento matemático da criança tem que ser respeitado.

Com o tempo, você perceberá que proporcionar meios para que seus filhos estabeleçam um relacionamento saudável e equilibrado com o dinheiro é um dos maiores presentes que você poderá oferecer.

Reprodução de conteúdo
Fonte:
InfoMoney
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